Sika Brasil constrói casa de concreto impressa em 3D no Rio Grande do Sul

Uma casa de concreto foi construída por uma impressora 3D como parte de um projeto da Sika, líder mundial no desenvolvimento e na produção de sistemas e produtos de fixação, vedação, amortecimento, reforço e proteção no setor de construção. Localizada na zona rural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, a casa térrea tem cerca de 80 metros quadrados de área útil e conta com dois quartos, banheiro, sala de estar, cozinha e área de serviço.

A casa foi construída por uma impressora 3D específica para construção da empresa gaúcha 3D Printek, de Caxias do Sul, que une tecnologia robótica com sistema de controle que garante como o concreto se comporta tecnicamente na impressão. A produção contou ainda com um sistema de bombeamento e dosagem da empresa m-tec, de Indaiatuba, em São Paulo. 

A impressora para construção 3D consiste em uma estrutura treliçada com um cabeçote de impressão, que dispõe o concreto camada por camada, o que economiza material e minimiza desperdícios. Para a casa de Caxias do Sul foram utilizadas cerca de 20 toneladas de concreto. Tudo é comandado pelo computador.  

Para fazer a casa totalmente impressa, a Sika Brasil entrou com a matéria-prima. Neste projeto foi utilizado microconcreto desenvolvido especificamente para impressão, o SikaCrete® 732 3D, elaborado para imprimir concreto de forma rápida, precisa e econômica.

 O produto consiste em um pó cimentício com fibras e polímeros. Trata-se de produto monocomponente que só precisa ser misturado com água que confere alta resistência à compressão, alta velocidade de impressão e tempo de pega ajustável. 

O produto é bem mais sustentável, promovendo a redução de resíduos e impacto ambiental, comparado ao bloco de concreto e tijolos. “Você praticamente não tem desperdício de material, uma vez que você colocou a quantidade no equipamento, você não perde o material”, afirma Manfredo Belohuby. 

A casa de Caxias do Sul ficou cerca de 30% mais barata em termos de alvenaria, comparada a uma casa do mesmo tamanho construída pelo método tradicional. Além disso, outras vantagens são o isolamento térmico e acústico e o menor custo de manutenção. Além das paredes, a fundação também foi impressa com a tecnologia digital. Por enquanto, a instalação elétrica e hidráulica, assim como o acabamento, são feitos de acordo com o desejo do proprietário da casa ou com a construtora.

Imagem: Manfredo Belohuby, Gerente Regional Inovação e Digitalização da Sika. “O processo é mais ágil e barato do que métodos de construção tradicionais"

Cenário 

A tecnologia de manufatura aditiva, conhecida popularmente como impressão 3D, está se destacando como uma inovação transformadora na indústria da construção. Diversos empresários e instituições estão explorando o potencial dessa tecnologia para revolucionar a maneira como são construídas as casas, edifícios e infraestruturas.

Em Franca, no Estado de São Paulo, mais casas em breve serão erguidas com a mesma tecnologia. A empresa Free Form comprou uma impressora da 3D Printek, um sistema de bombeamento e dosagem da empresa m-tec e produtos da linha Sikacrete® 3D para a construção de 10 casas que já estão vendidas. 

Além disso, Manfredo Belohuby visualiza potencial para usar a tecnologia em construções populares para a baixa renda, como os projetos do Minha Casa, Minha Vida, com o objetivo de reduzir o número de famílias sem residência, além de outras aplicações, como mobiliário urbano e infraestrutura. 

Liberdade 

As possibilidades são infinitas quando se trata de impressão 3D em concreto. A casa de Caxias do Sul foi produzida com formas tradicionais. A impressão 3D possibilita criar cômodos cheios de curva. Além disso, a tecnologia permite ainda criar objetos personalizados, inviáveis com os métodos tradicionais de concretagem. Podem ser componentes menores, como mobiliário urbano, até edifícios e infraestrutura civil em larga escala, totalmente impressos.